Programa para o Conselho Deontológico 2021-2023
Os subscritores do Manifesto Aos
jornalistas, pelo Jornalismo! que integram a lista ao Conselho Deontológico
(CD) do Sindicato dos Jornalistas entendem a auto-regulação como um dever ético
da profissão. Esse dever ético resulta de um pacto comunicacional fundamental
entre os jornalistas, a cidadania e a democracia. Por isso, considera-se que a aceitação de um serviço menor
que o serviço público e o dever de informar é uma traição aos valores e à
função social do jornalismo.
A complexidade, as exigências e as condições envolvidas nos processos de
informação contemporâneos tornam o jornalismo e os jornalistas permeáveis ao
erro. Por isso, o papel de um conselho deontológico não deve ser visto na sua
função estritamente moralizadora de recepção de queixas e emissão de pareceres.
Enquanto mais antigo órgão de auto-regulação do jornalismo em Portugal, o
Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas deve ser entendido como um espaço
de reafirmação de princípios fundamentais, de discussão aberta de novos valores
e de promoção de uma cidadania mediática exigente e responsável, que envolva,
sempre que possível, os jornalistas, os públicos, as fontes de informação, os media
e as instituições de ensino do jornalismo.
Para que isso aconteça, o CD tem
de voltar a assumir um papel central na discussão das práticas profissionais e
pôr fim a um certo alheamento acerca das transformações tecnológicas,
organizativas e de orientação e de conteúdo que ameaçam a credibilidade e a
deontologia da profissão.
Neste contexto, os subscritores
do Manifesto aos Jornalistas pelo Jornalismo! que integram a lista para
o Conselho Deontológico propõem-se:
1. Assumir o dever de tomar
iniciativa quando detectem infracções ao Código Deontológico ou identifiquem
situações de potencial risco, não se limitando a aguardar queixas ou pedidos de
parecer.
2. Realizar jornadas de reflexão
sobre temas de ética e de deontologia do jornalismo, procurando incentivar uma
cultura de auto-regulação dos jornalistas.
3. Promover a realização de
estudos, elaborar recomendações e incentivar iniciativas de auto-regulação
participada do jornalismo, reafirmando o CD como de órgão charneira na defesa e
na valorização da deontologia.
4. Proporcionar, participar e
estimular iniciativas de reflexão ponderada sobre a ética e a deontologia
profissionais de futuros jornalistas, nos centros, escolas e estabelecimentos
de ensino superior.
5. Apoiar e participar em
iniciativas de literacia para os media destinadas a criar públicos
exigentes e críticos relativamente à qualidade da informação.
6. Promover um debate acerca das
questões éticas e deontológicas envolvidas no tratamento da informação no
jornalismo multimédia em linha.
7. Assegurar a disponibilização,
no sítio do Sindicato dos Jornalistas, de um corpus documental que valorize
especialmente a doutrina produzida pelo CD ao longo de décadas, designadamente
através da sistematização de comunicados, pareceres e recomendações versando questões
e problemas relevantes, bem como o acesso a outros textos e documentos de apoio
aos jornalistas, nomeadamente dos conselhos de redacção.
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